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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Anjo Sombrio



A escuridão ia tomando o céu,
Assim como as nuvens o cobriam como um véu.
O vento sereno
Batia contra o corpo pequeno,
Os olhos cheios de veneno.
E a alma na mais infinita solidão.
Sua aparência de anjo,
E o coração de demônio.
Sem explicação nem motivos,
Ela só estava lá, esperando alguém.
Alguém que não existia.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Rua Deserta





A garota desceu do ônibus e esperou uma brecha para atravessar a rua, e assim que conseguiu, saiu correndo.

Começou a andar pela rua deserta... Estranhamente deserta.

Não que fosse uma rua movimentada, mas os estabelecimentos estavam fechados e nem mosquito passava por ali. E um detalhe... Era somente sete da noite!

Normalmente teria saído andando bem rápido... Mais rápido que o normal. Mas não fez isso; andava lentamente, aproveitando o ar gélido em seu rosto.

Sentia-se observada, mas nem por isso deixou de andar calmamente. Olhou o céu e a lua estava lá, solitária e imponente. Sorriu para si mesma... Estava linda.

Seu sorriso alargou assim que passou ao lado de uma árvore com flores rosa. Olhou para os lados, em busca de alguém, e virou-se novamente para a árvore assim que constatou que estava sozinha, pegando uma flor, logo em seguida.

Olhou a flor em mãos e voltou a caminhar, sem nunca a sensação de estar sendo observada a abandonar. Arrumou a mochila nas costas e colocou a mão livre no bolso do blusão da escola.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

E para estrear...

A pequena garotinha estava sentada no banco, olhando as outras crianças correr e brincar pelo parque. Era tímida demais para ir até eles e pedir para se juntar à brincadeira. Sua mãe estava ao seu lado, olhando preocupadamente.
- Não quer ir lá?
A menininha olhou-a e sorriu, falando em seguida:
- Não, mamãe.
Era um tremenda mentira... Mas ela era teimosa demais para admitir ou pedir ajuda.
Então, de repente, tomou um susto, quando uma flor foi colocada em frente ao seu pequeno rosto. Era pequenina e delicada, assim como a garotinha. Pegou a flor e olhou quem tinha dado aquele presente tão lindo. Era um garotinho de grandes olhos verdes.
- Quer brincar? - Ele perguntou, estendendo a mão.
Ela sorriu, feliz:
- Claro.
Ela segurou-o pela mão e os dois sairam correndo.
A mãe que ficara para trás, somente observava com um sorriso em lábios as duas crinças brincando.